Desígnios de Deus as vezes tem difícil compreensão. 26 de junho foi um dia em que mais um desígnio do Pai, ainda que previsto pelo andar da carruagem, emprestou-me uma dor imensa no coração. Sete dias do fato e a dor ainda mora comigo. Foi chamado para cumprir missão em outro plano o dileto amigo Ederklay Barbosa Ito. Ele, cheio de planos, no ápice da vida, já entristecido pelo passamento do também amigo e seu sócio de trabalho, Eduardo D’Ávila, vitimado por um tumor de pâncreas, levado de nós em meados de abril, talvez seduzido pelas notícias do lado de lá encaminhadas pelo Eduardo, vestiu-se com o vírus que tem desestruturado famílias, o Covid-19 e, após um período hospitalizado onde lutou talvez para continuar com os seus que aqui permaneceram, especialmente a sua “japonesinha brava” Catarina e a sua jóia rara, Pietra, fruto de seu amor com Catarina, Eder cedeu, foi se encontrar com o Eduardo e morar com Deus, trocando sua atuação terrena por uma atuação celestial. Antes de sua partida, vivenciamos grandes e gratos momentos de amizade. Ele me fez fazer coisas que eu antes não fazia e o mesmo se deu entre mim e ele. Juntos, foram várias as aventuras que praticamos, mais do que as pedaladas que já eram bem divertidas! Saltamos de paraquedas; fizemos rapel; tirolesa; trilhas, inclusive a do “Deus me livre” em São Bento do Sapucaí; a Molhada, em São Francisco Xavier, estas, como em outras, acompanhado da esposa e da filha Pietra, e outras tantas mais. Tivemos também algumas ações em comum, com colaborações mútuas, algumas a seis mãos, com a inserção do Eduardo, outro por quem ainda choro a partida. E, assim como com o Eduardo, o Eder nos foi subtraído abruptamente, deixando-nos órfãos de uma amizade verdadeira, nua, gostosa, realizadora... Fosse descrever tudo o que vivenciamos e o nosso aprendizado, nossos socorros mútuos fruto dessa nossa amizade, talvez pudesse escrever um livro e, certamente, este não seria pequeno. Externar esta homenagem ao meu dileto amigo hoje, sexta-feira, 02 de julho de 2021, dia de sua missa de sétimo dia, é fruto de uma necessidade de tornar público o quão bom foi a amizade que vivenciamos. Nem sempre ganhei, nem sempre perdi, mas fui sempre feliz com ela. Se meu coração chora grande a sua partida, imagino o quanto chora o coração da Pietra, seu fruto; da Catarina, sua esposa; de Dona Márcia e Sr. Airton, seus pais; de seus irmãos, familiares outros e de seus vários amigos. Ainda que seja difícil compreender, a compreensão é nossa maior missão neste momento. Já sabia o quanto o Eder era bom, mas os testemunhos que presenciei, especialmente o de sua mãe, Dona Márcia, extremamente verdadeira principalmente quando me disse que o “Edinho” era puro, verdadeiro, excelente filho, preocupado com seus familiares; excelente e amoroso pai e esposo; justo e possuído de um caráter irrepreensível, eu referendo todo o dito, sabedor da veracidade de cada palavra dita por ela, além de muitas outras ditas por outras bocas, que ratificaram tudo que eu pude conhecer em nossa amizade. Sua última pedalada foi a volta do “Bar da Célia”, com o grupo Pedalavalle e acompanhado por Catarina, giro em que estive ao seu lado em grande parte, ocorrido pouco antes de cair contaminado pelo Covid-19 e que ele gostava muito de fazer. Um de seus últimos trabalhos como profissional, a elaboração de um Recurso Especial em favor de um cliente de poucas posses, também tive o prazer de participar junto com outros colegas. Uma amizade vivida intensamente e que algumas fotos coletadas para este álbum demonstram, para mais não ficar escrevendo.
Vou chorar ainda por sua partida, mas possuído pela compreensão de que Deus guardou para ela missão mais nobre em outras paragens; outros planos, para que ele siga agindo como seu pastor, auxiliando o Pai Todo Poderoso a cuidar de seu imenso rebanho.
Sei que está em Paz, Eder, pois nós que aqui ficamos, guiados também por você, haveremos de desincumbir de nossas missões.
Reze por nós, que estaremos sempre orando por você. Seus olhares e os do Eduardo serão nossos guias na sequência de nossa caminhada!
Um grande abraço e um beijo fraternal no seu coração! Até qualquer hora...